Blade Runner (Blade Runner – O Caçador de Androides no Brasil) é um filme de ficção científica neo-noir honcongo-estadunidense de 1982 dirigido por Ridley Scott e estrelado por Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young e Edward James Olmos. O roteiro, escrito por Hampton Fancher e David Peoples, é vagamente baseado no romance Do Androids Dream of Electric Sheep?, de Philip K. Dick.
O filme se passa em novembro de 2019 numa decadente e futurista cidade de Los Angeles decaída com a poluição, o consumismo exacerbado e a consequente busca de novas formas de colonização em outros planetas, para a qual as pessoas são convidadas a aventurarem-se em face do colapso da civilização humana, tanto material quanto moralmente. Destaca-se o quão visionário foi o diretor Ridley Scott, na medida em que a globalização tão amplamente difundida nas últimas décadas, encontra nesta película, um final catastrófico, melancólico e deprimente — animais extintos são clonados e replicados a exemplo do principal quinhão no filme — replicantes humanos; a existência de uma profusão de culturas, etnias, credos e costumes. Com efeito, mexicanos, chineses, árabes e toda uma gama de culturas convivem neste ambiente sombrio e desanimador. Neste contexto, seres humanos artificiais, chamados replicantes, são criados e usados nas mais nocivas atividades, na Terra e, principalmente fora dela. A empresa responsável se chama Tyrell Corporation. Após um motim, os replicantes são banidos na Terra, passando a ser usados para trabalhos perigosos, servis e de prazer nas colônias extraterrenas da Terra. Replicantes que desafiam esse banimento e retornam para a Terra são caçados e “aposentados” pelos operativos especiais da polícia conhecidos como “caçadores de replicantes”. O enredo se foca em um brutal e astuto grupo de replicantes que recentemente escapou e está se escondendo em Los Angeles, e no aposentado caçador de replicantes Rick Deckard, que relutantemente concorda em realizar mais um trabalho para caçá-los.
O filme é uma fina ironia acerca das questões fundamentais que afligem a espécie humana e, é exatamente neste ponto, sob o espectro da moral, da ética e da busca do sentido para a vida, é que as pessoas acabam fazendo com os replicantes tudo aquilo que as fazem sofrer e o que lhe acarretam as mazelas e vicissitudes da vida.
Blade Runner inicialmente polarizou a crítica especializada: alguns não gostaram de seu ritmo, enquanto outros gostaram de sua temática complexa. O filme foi muito mal nas bilheterias da América do Norte; apesar do fracasso comercial, ele desde então se tornou um clássico cult e é atualmente considerado um dos melhores filmes já feitos. Blade Runner foi elogiado por seu desenho de produção, mostrando um futuro “retrofit”, e permanece como um dos principais exemplos do gênero neo-noir. Blade Runner chamou a atenção de Hollywood para o trabalho do escritor Philip K. Dick, com vários filmes posteriores tendo sido baseados por suas obras. Ridley Scott considera Blade Runner como “provavelmente” o seu filme mais completo e pessoal.Em 1993, o filme foi selecionado para preservação no National Film Registry da Biblioteca do Congresso como sendo “cultural, histórica ou esteticamente significante”.
Sete versões diferentes do filme já foram exibidas em vários mercados como resultados de mudanças controversas feitas pelos executivos do filme. Um apressado Director’s Cut foi lançado em 1992 depois de fortes reações a exibições testes. Isso, em conjunto com a popularidade do aluguel de vídeo, fez este ser um dos primeiros filmes a ser lançado em DVD, resultando em um disco básico com uma qualidade medíocre de vídeo e áudio.Em 2007, a Warner Bros. lançou o The Final Cut, uma versão digitalmente remasterizada de 25 anos feita por Scott, em cinemas selecionados e posteriormente em DVD, HD DVD e Blu-ray.
A sequência, intitulada Blade Runner 2049, foi lançada em 6 de outubro de 2017.
Em novembro de 2019 na cidade de Los Angeles, o ex-policial Rick Deckard (Harrison Ford) é detido pelo oficial Gaff (Edward James Olmos) que o leva até seu antigo supervisor, Bryant (M. Emmet Walsh). Deckard, cujo trabalho como “Blade Runner” foi de rastrear seres de bioengenharia, conhecidos como replicantes e “aposentá-los” (um eufemismo para matá-los). É informado que quatro replicantes vieram à Terra ilegalmente. Todos foram criados pela Corporação Tyrell e são de um modelo chamado Nexus-6, eles possuem uma vida útil de apenas quatro anos e podem ter vindo à Terra para tentar prolongar suas vidas.
Deckard assiste a uma gravação de vídeo de um Blade Runner chamado Holden administrando o teste “Voight-Kampff”, destinado a distinguir replicantes dos seres humanos, com base em suas respostas emocionais às perguntas. Enquanto aplicava o teste, Leon (Brion James) atira em Holden após uma pergunta sobre sua mãe. Bryant quer que Deckard “aposente” Leon e os outros três replicantes: Roy Batty (Rutger Hauer), Zhora (Joanna Cassidy), e Pris (Daryl Hannah). Deckard inicialmente recusa, mas depois que Bryant o ameaça, ele relutantemente concorda.
Deckard começa sua investigação na Tyrell Corporation para assegurar que o teste funciona em modelos Nexus-6. Enquanto estava lá, ele descobre que o Dr. Eldon Tyrell (Joe Turkel) tem uma assistente, Rachael (Sean Young), que é uma replicante experimental que acredita ser um ser humano. Foram dadas falsas memórias para Rachael no intuito de fornecer uma “almofada emocional”. Como resultado, um teste mais extenso é necessário para determinar se ela é de fato uma replicante.
Os replicantes fugitivos iniciam sua busca por Tyrell para forçá-lo a prolongar suas vidas. Roy e Leon investigam um laboratório de fabricação de olhos para replicantes e descobrem sobre o J.F. Sebastian (William Sanderson), um talentoso designer genético que trabalha em estreita colaboração com a Tyrell Corporation. Rachael visita Deckard em seu apartamento para provar sua humanidade, mostrando-lhe uma foto de família, mas depois que Deckard revela que suas memórias são implantes da sobrinha de Tyrell, ela sai de seu apartamento em lágrimas. Enquanto isso, Pris localiza Sebastian e o manipula para ganhar a sua confiança.
Enquanto vasculhava o quarto de hotel de Leon, Deckard encontra uma foto de Zhora e uma escama de cobra sintética, que o leva a um clube de strip, onde Zhora trabalha. Deckard mata Zhora e pouco tempo depois é informado por Bryant que ele também precisa aposentar Rachael, que desapareceu da Tyrell Corporation. Depois que Deckard vê Rachael entre uma multidão, ele é atacado por Leon, mas Rachael o salva matando Leon, usando a pistola que Deckard deixou cair durante a briga com o replicante. Os dois retornam até o apartamento de Deckard e, após uma discussão íntima, ele promete não caçá-la; quando ela tenta sair do apartamento, ele a segura, obrigando-a a beijá-lo.
Chegando no apartamento de Sebastian, Roy diz a Pris que os outros estão mortos. Enquanto isso, Sebastian revela que devido a sua “Síndrome de Matusalém”, um envelhecimento prematuro das suas células, sua vida também será interrompida. Sebastian é convencido por Roy a leva-lo até a presença de Tyrell, onde Roy exige mais vida de seu criador. Tyrell diz-lhe que é impossível. Roy confessa que ele tem feito “coisas questionáveis”, que Tyrell nega, louvando a concepção e realizações alcançadas por Roy em sua vida a curto prazo. Roy beija Tyrell, então o mata. Em seguida, ao ser mostrado descendo no elevador sozinho, fica implícito que Roy também matou Sebastian.
Ao entrar no apartamento de Sebastian, Deckard é emboscado por Pris, mas ele consegue matá-la, e Roy retorna pouco depois. Quando Roy se dá conta que o momento de sua morte chegou, ele persegue Deckard através do edifício, terminando em cima do telhado. Deckard tenta saltar em um telhado ao lado, mas erra e fica pendurado entre os edifícios. Roy faz o salto com facilidade, e quando Deckard escorrega e está prestes a cair, Roy o segura pela mão e o puxa de volta, salvando-o. Roy, que começa a morrer neste momento, faz um monólogo sobre como suas memórias “serão perdidas como lágrimas na chuva”; Roy morre na frente de Deckard, que assiste tudo em silêncio. Gaff chega e grita para Deckard, “É muito ruim que ela não vá viver, mas afinal, quem vive?”. Deckard retorna ao seu apartamento e encontra a porta entreaberta, mas Rachael está segura, dormindo em sua cama. Quando eles saem, Deckard percebe um pequeno origami de unicórnio feito em papel alumínio no chão, um cartão de visita familiar que traz de volta a ele as palavras finais de Gaff. Deckard e Rachael saem rapidamente do bloco de apartamentos.