

Lawrence of Arabia (bra/prt: Lawrence da Arábia) é um filme épico britano-estadunidense de 1962, dos gêneros aventura e drama biográfico dirigido por David Lean, com roteiro de Robert Bolt e Michael Wilson baseado na obra autobiográfica Seven Pillars of Wisdom, escrita pelo militar britânico T. E. Lawrence. Foi produzido por Sam Spiegel através de seu estúdio Horizon Pictures e foi distribuído pela Columbia Pictures. O filme é estrelado por Peter O’Toole como Lawrence, com Alec Guinness no papel do Príncipe Faiçal; o elenco também conta com Jack Hawkins, Anthony Quinn, Omar Sharif, Anthony Quayle, Claude Rains e Arthur Kennedy.
O filme retrata as experiências de Lawrence nas províncias otomanas de Hejaz e da Grande Síria durante a Primeira Guerra Mundial, em particular seus ataques a Aqaba e Damasco, além de seu envolvimento no Conselho Nacional Árabe. Seus temas incluem as lutas emocionais de Lawrence com a violência inerente à guerra, sua identidade e sua lealdade dividida entre sua terra-natal Grã-Bretanha e seu exército, formado por combatentes dentro das tribos do deserto árabe.
Foi indicado a dez Óscars durante a 35ª cerimônia realizada no ano seguinte do seu lançamento, ganhando sete, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor. Também ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme Dramático e o BAFTA de Melhor Filme e Melhor Filme Britânico. A trilha sonora de Maurice Jarre e a cinematografia realizada através de Super Panavision 70 por Freddie Young (creditado no filme como F. A. Young) também foram elogiadas pela crítica.
Lawrence da Arábia é amplamente considerado um dos maiores filmes já produzidos. Em 1991, foi considerado “culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo” pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, sendo selecionado para preservação no National Film Registry. Em 1998, o American Film Institute ranqueou o filme em quinto lugar em sua lista dos cem maiores filmes estadunidenses da história; em 2007, numa atualização da lista, o filme constou na sétima posição. Em 1999, o British Film Institute nomeou o filme como o terceiro maior filme britânico. Em 2004, foi eleito o melhor filme britânico na pesquisa do jornal The Sunday Telegraph realizada entre os principais cineastas britânicos.
O filme começa com T. E. Lawrence pilotando sua motocicleta ao longo de uma pequena estrada na Inglaterra. Ele sofre um acidente fatal ao desviar de dois ciclistas que vinham no sentido contrário da via. Uma missa em sua homenagem é realizada na Catedral de São Paulo, onde um repórter coleta informações sobre Lawrence para um jornal.
Anos antes, durante a Primeira Guerra Mundial, Lawrence é um tenente desajustado do Exército Britânico, notável por sua insolência e educação. Apesar das objeções do General Murray, o Sr. Dryden do Bureau Árabe envia-o para avaliar as perspectivas do Príncipe Faiçal na sua revolta contra os Turcos durante a campanha britânica na Arábia. Na viagem, seu guia beduíno Tafas é morto por Sherif Ali ibn el Kharish por beber de seu poço sem permissão. Lawrence mais tarde conhece o Coronel Brighton, que ordena que ele fique quieto, faça sua avaliação e vá embora. Lawrence ignora as ordens de Brighton quando conhece Faiçal; sua franqueza desperta o interesse do príncipe.
Brighton aconselha Faiçal a recuar após uma grande derrota, mas Lawrence concebe um ataque surpresa a Aqaba, cuja captura forneceria um porto de onde os britânicos poderiam descarregar suprimentos necessários para a guerra. Para fazer isso, Lawrence convence Faiçal a fornecer cinquenta homens, liderados pelo pessimista xerife Ali. Os adolescentes órfãos Daud e Farraj ligam-se a Lawrence como servos. Com dificuldades, atravessam o Deserto de Nefude e viajam sem descanso na última etapa para chegar até um local com água. Um árabe chamado Gasim sucumbe ao cansaço e cai do camelo sem ser notado durante a noite; quando Lawrence descobre o desaparecimento de Gasim, ele retorna pelo caminho para resgata-lo. A atitude de Lawrence cativa seus homens a ponto dele receber uma kandura de presente.
Ao chegar até a tribo local Howeitat, Lawrence convence seu líder Auda ibu Tayi a se voltar contra os turcos. Os planos de Lawrence quase dão errado quando um dos homens de Ali mata um dos homens de Auda por causa de uma rixa de sangue. Como uma retaliação dos Howeitat destruiria a aliança entre as tribos, Lawrence anuncia que executará ele mesmo o assassino. Lawrence fica surpreso ao descobrir que o culpado é Gasim, mas atira nele mesmo assim.
Na manhã seguinte, os árabes invadem a guarnição turca de Aqaba. Após conquistar a cidade, Lawrence segue para o Cairo com Daud e Farraj para informar Dryden e o novo comandante, o General Allenby, de sua vitória. Ao cruzar o deserto do Sinai, Daud morre após tropeçar em um trecho de areia movediça. No Cairo, embora o relatório de Lawrence sobre a captura de Aqaba seja inicialmente desacreditado, ele é promovido a major e recebe armas e dinheiro para os árabes. Lawrence pergunta a Allenby se há alguma prova para as suspeitas dos árabes de que os britânicos têm planos para a Arábia, a qual Allenby responde que o governo britânico não tem tais projetos.
Lawrence lança uma guerra de guerrilha ao explodir a Linha ferroviária do Hejaz, entre Damasco e Medina para assediar os turcos. Um correspondente de guerra estadunidense, Jackson Bentley, divulga as façanhas de Lawrence e o torna famoso. Em um ataque, Farraj fica gravemente ferido; não querendo deixar Farraj para ser torturado pelos inimigos, Lawrence dá-lhe um tiro de misericórdia em sua cabeça antes de fugir.
Quando Lawrence explora a cidade de Daraa, controlada pelo inimigo, com Ali, ele é levado junto com vários residentes árabes para o Bei turco. Lawrence é despido, assediado e cutucado. Por atacar o Bei, Lawrence é açoitado e jogado na rua, onde Ali o resgata. A experiência deixa Lawrence abalado. Ele retorna à sede britânica no Cairo, mas não consegue se readaptar.
Em Jerusalém, o General Allenby exorta-o a apoiar o “grande empurrão” sobre Damasco; Lawrence retorna relutantemente. Ele recruta um exército motivado mais pelo dinheiro do que pela causa árabe. Os homens de Lawrence avistam uma coluna de soldados turcos em retirada que acabaram de massacrar os residentes de Tafas. Um dos homens de Lawrence, que é de Tafas, exige uma vingança sangrenta; quando Lawrence hesita, o homem ataca sozinho e é morto pelos turcos. Ao ver a cena, Lawrence decide liberar o ataque pelos árabes; o resultado é uma matança da qual Lawrence participa, apesar dos protestos de Ali.
Após a batalha, os árabes de Lawrence avançam em seu caminho e tomam Damasco à frente das forças de Allenby. Eles criam um conselho para administrar a cidade, mas os britânicos cortam o acesso aos serviços públicos básicos como água, energia e telefone, deixando as tribos do deserto debatendo como manter a ocupação. Apesar dos esforços de Lawrence, os líderes árabes discutem constantemente e logo abandonam a maior parte da cidade aos britânicos.
Lawrence é promovido a coronel e mandado de volta à Grã-Bretanha, pois sua utilidade para Faiçal e para os britânicos está chegando ao fim. Ao sair da cidade, ele olha com saudade para os árabes que partem antes que seu carro seja ultrapassado por um motociclista, que deixa um rastro de poeira.